Flores por toda sala,
ânforas secas...
Flores por todo quarto,
cama vazia...
Flores por todo corpo,
minha morte...
Flores por toda sala,
ânforas secas...
Flores por todo quarto,
cama vazia...
Flores por todo corpo,
minha morte...
DIÁLOGOS COM A SOLIDÃO
Sobre a palavra
Que palavra é essa que me devora?
Corpo estranho que destrói deuses e ressuscita montes...
Faróis cegos à deriva nos oceanos;
às vezes retesados, muitas vezes ruínas,
a vomitar sombrias luzes em saudades virgens...
Vestígios de um homem abandonado!
Que segredo é esse?
Maldito enigma sob a pata do leão,
sem rugido, engolindo covas vazias;
grito que morre afogado em saliva incandescente...
Aonde está o profeta?
Palavra tornada silêncio,
céu escorrido dos olhos:
azul que se foi;
amor mais do que proibido na hora do adeus!
Restos mortais de uma lua vestida de sol!
Que palavra é essa,
que emudece o poeta e liberta a poesia?