31 de outubro de 2010

DIÁLOGOS COM A SOLIDÃO

Sobre a palavra


Que palavra é essa que me devora?

Corpo estranho que destrói deuses e ressuscita montes...

Faróis cegos à deriva nos oceanos;

às vezes retesados, muitas vezes ruínas,

a vomitar sombrias luzes em saudades virgens...

Vestígios de um homem abandonado!

Que segredo é esse?

Maldito enigma sob a pata do leão,

sem rugido, engolindo covas vazias;

grito que morre afogado em saliva incandescente...

Aonde está o profeta?

Palavra tornada silêncio,

céu escorrido dos olhos:

azul que se foi;

amor mais do que proibido na hora do adeus!

Restos mortais de uma lua vestida de sol!

Que palavra é essa,

que emudece o poeta e liberta a poesia?


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