7 de maio de 2011

Memória de peixe


No tempo dos anzóis,

via meu sangue entre arpões cegos e inocentes!

Estava sobre a mesa diante de meu pai

que me jantava sobejamente...


No tempo das máres altas,

via nas águas a lágrima que nunca tive!

Peixes não choram,

morrem silenciosos...


No tempo dos corais,

vi nas estrelas do mar a face de Deus:

cartilagem alada que me deu ossos,

sonho de homem sepultado no fundo do mar...

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