18 de outubro de 2011

DESGRAÇA


Não foi o meu corpo que soterraste o teu!
Foram palavras cuspidas ao vento
que sepultaram a tua voz:
ave andina
que sobrevoou cumes sem sombras
na hora da morte...


Não foi o meu adeus que desossou tua língua;
mas a tua face caiada
que libertou dos pântanos
o fétido odor da traição! 


Na pele assassina de um punhal,
fui samurai que beijou a lâmina:
última visão de um herói apaixonado... 

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