20 de junho de 2011

ÁGUA VIVA



A água, mais do que morta,
silencia minha voz na lágrima ancestral:
minh'alma de vidro estilhaçada sob o fogo!

No corpo embaçado,
a imagem salgada de uma criança natimorta...
São meus sonhos naufragados em urinóis de prata!

Nos ossos defumados,
a lembrança envelhecida de um galeão sem leme;
embarcação de papel perdida em alto - mar!

A água apodrecida 
congela nas garras do Leviatã
o sorriso de uma raia vestida de sangue! 

Da água viva só sobrou a ardência do teu toque;
na água morta pereceram todos os homens nascidos
à meia noite... 
 

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