15 de junho de 2011

ESPLENDOR



Trago comigo o vento atlântico
que, imperioso, me faz desbravar oceanos gigantescos 
e ferir terras virgens!

Nos meus olhos, 
a luz traidora em tempos imemoriais...

Nas minhas mãos,
restos da poeira estelar
que me formou em arrabaldes d'outrora!

Sou poesia viva nos lábios de um poeta insano;
sou profecia cifrada na voz de arcanjos de fogo!

Qual mistério há de ser revelado?

Guardo em mim
o olhar plangente da Aurora
que, bela, aterroriza homens e lobos
em colossal simplicidade...

No meu coração,
o sangue plasmado do Altíssimo!

Nos meus dedos,
a letra escarlate do Amanhã!

Ah, como desejei ser o topázio e o carbúnculo dos primórdios! 

Sou o princípio e o fim de mim mesmo;
sim, sou vírgula que desapareceu das orações,
verbo que padeceu nos pergaminhos!

Na noite ancestral,
tombei dos céus, uma estrela cadente!

Adeus...

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