8 de novembro de 2010


AUTO-RETRATO


Espelhos? Nunca tive!

Não sei quem sou e uma canção andrógina desalinha meus cabelos...

No porta retrato,

um vazio, uma imagem que se perdeu e uma porta para o passado...


Um sopro, quase de vida, me arremessa contras as pedras mudas!

Água salgada dum mar mais do que morto sobre mim;

o meu corpo afunda e minh’alma flutua...


Sou vela apagada no jantar à meia – luz;

face de santo maculada no lago de vidro:

Narciso me traiu!

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